Há segredo atrás daquelas montanhas
O pé da colina se cobre de sombra
E a lua se faz cúmplice em artimanhas.
Cá do alto enxerga-se uma mulher na penumbra
Ela sai das águas lentamente,
Reluzida ao brilho da lua clara
seu corpo se faz num rio escandente
que se divide sensual e sem fala.
Lá em baixo o mar embebe-se de amor
e os meus olhos se embaçam alucinados.
Aquieto-me numa pedra escorregadia e aprazível,
Aforquilho-me numa fenda ao meio das rochas.
iço em imaginação o meu corpo em cordas de
tochas;
Desço junto dele toda vontade irreprimível.
Ela é um rio de prazeres ilhado pelos sulcos
tempestuosos.
Perde-se entre arrebento até escoar-se na
cachoeira
e por uma delas deixo-me entrar:
Vou até ao pedestal santo e fico indelével
seus cabelos embevecidos tocam os meus ombros…
Tão somente eu continuo ali agachado atrás da
luneta
e sanando as minhas têmporas em escombros
Aquela mulher às vezes se casula nas ondas,
outras vezes fica no recital das margens.
ela se ergue, esparzi a areia,
despe-se da sua pele molhada,
deita-se ao dorso de uma pedra
seu corpo reluz como se fosse brilho constelar.
Ah! Que bom seria se ela adivinhasse que lá
em cima
A lua não só lhe faz vigia
como também se satisfaz em plagiar uma
borboleta.
de - J.Vitor
Não conseguimos fugir da libido que nos encandeia;
ResponderExcluirhá momentos em que ficamos distantes
visto que tem Lá atrás um pudor que se chama montanha;
uma montanha de esnobes segredos.
É como se fosse mentira a fugacidade que nos toca noite e dia…
Sim! É bom que haja este lugar “alto” onde a lua faz campana de um ideal. Lá está presa a corda Tereza: é somente um fio fraco revestido de ilusões. Descer por ela é o mesmo que se chafurdar em terra seca,
Vem o bafo do mar, trazido pelo fôlego do vento, bate em nossa aleivosidade, e então sim, nos vemos em puro barro.