Sabe! É
engraçado passar o dia olhando para o outro lado.
Imagino ver a
minha pessoa na pessoa do vizinho ou qualquer outro que passa pela rua:
— sou o menino
que corre atrás da pipa; que joga pelada na rua; que se diverte das
brincadeiras diversas.
— Sou a menina
bonita da passarela; sou o desejo do moço que a olha e a cobiça.
— Sou o lado
distante daquele morro que descamba junto da orla infinita, e logo se ajunta do
oriente.
— Sou a
imaginação do coração que infla no peito e pulsa a blusa, que empurra o
respiro, que chacoalha o botão da casimira; outrora, tinha a beleza lisa… então
passo a enxergar pelos brancos mutuados sobre as ondas da
pele, Fazem lembrar a antiga casa dos cabelos pretos!
Enfim! Aqui
neste reflexo, vejo Deus Criar todas as coisas; vejo Adão e Eva saindo do pó, e
no alvorecer se tornando esquecidos. — Concluo: — sou parte daquela maçã; viajo
junto do vento envolto na obediência do jardim, outras vezes “sou a própria voz
do trovão…”
serpenteando o
céu…
É engraçado
passar o dia olhando para o outro lado.
Imaginar a
própria pessoa na pessoa do vizinho, ou,
Qualquer outro
de caminhar alheio.
Olhar o outro
lado… é:
“Ser
aquele que corre para pegar o trem e se perde engalfinhado na multidão.”
“Ser o
menino que peleja para empinar a pipa e se entrelaça na goma de vidro moído.”
“Ser a
menina na passarela, e o moço que vem após ela.”
Fico nesta
varanda, vejo as nuvens aleatórias que descambam no infinito.
Abaixo os olhos…
vêm os botões destoados… dançam no ritmo da respiração.
— É tudo, é nada
menos do que ver Deus tirando do pó a costela da humanidade.
Gostei muito !!!
ResponderExcluir— “Ser aquele que corre para pegar o trem e se perde engalfinhado na multidão.”
ResponderExcluiré como sempre me sinto...
lindo!
Tirando do pó a costela, e tirando o pó da costela... vim dar um passeio longe. Bela a sua crônica! Gosto de observar as pessoas, mas nunca me imaginei no lugar delas, sendo elas. Vou tentar este exercício da próxima vez!
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