Quase sempre na boca da noite a melancolia bate
à porta,
Vem fazer sua visita.
Para me engar, Faço de conta que ela é uma
convidada,
Deixo-a entrar.
Já que a danada é dramaturga, não vaguearei as
sós
Troco esperanças nas cartadas das horas.
Já tive madrugadas de leva-la a mesa
Puxar duas cadeiras, abrir a geladeira, tirar a
champanhe especial,
Por uma taça de cada lado, caprichar no
colarinho,
Embolar-me no desconforto, esvaziar a bebida
uma atrás da outra.
Sei que a taça da minha convidada ficará intacta,
também não me importo,
Tomo por mim e pela presença da manhã que está
chegando,
Talvez seja isto: responsavelmente a nostalgia seguirá
pelas avenidas das horas,
...Pelo clarear terei que enviar cartas de
correspondência,
Ir ao florista, pô-las no jarro, e esperar por
Maria.
Se Maria não vir, novamente a melancolia vira,
Ouvirei suas batidas repetindo visita.
Maria não veio! Veio o silêncio.
J.Vlemes
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