Uma árvore caiu
em cima do mundo, se os nossos corpos tivessem tomado junto a velocidade do
vendaval, quem sabe o acaso nos levaria para bairros privilegiados que tão em
seguida ressurgem dos escombros, que sorte seria! Mas não foram estas a sorte
deste minúsculo mundo ‘Jabaquara’.
O vento junto
com a chuva circundou as pobres ruas deixando as noites iguais às do princípio.
Moradores em
suas casas vagavam os cômodos em palpadelas para descobrirem uma vela.
Nós aqui do
convento ajuntamos os menores e imaginamos uma noite diferente. Até chegamos a
descobrir nobres momentos de reunir a família e passamos a assistir tudo que
brilhava na distância.
Passamos dias
incomunicáveis, ficamos sem a carga dos celulares, os televisores, sem as
notícias... enfim, ficamos sufocados aguardando o merecimento do socorro.
É nessas horas
que paramos a agitação humana para nos perguntar!
O que seria da
sociedade atual sem as parafernálias do século?
Particularmente
pergunto, o que seria de mim sem o gelo no Whisky, sem a geladeira, sem o
liquidificador, o processador de alimentos....
Bem que para isto, dá-se um jeito! Mas que
jeito dar com o processo das crônicas?
Ah! Que saudade tive da falta deste amigo ‘Word’!
Que falta de vê-lo pintando as letras erradas; corrigindo os lapsos de memória
e até mesmo diminuindo a falta de escola.
Por melhor que a
caneta trabalhe o resultado só retorna completo quando o ouvido do mundo para
para curtir o entalhe da postagem.
Tudo muda! A
muda muda e eu também mudei.
Mudei, mudei
quando namorava os livros juvenis, os pasquins, os jornais...
Na maior da
idade comecei a sentir desejos pelas abordagens de letras com conteúdo adultos,
romances, dramas...
Ainda leio pequenos
livros, porém, o temporal desta semana fez de mim um ermitão que se refugia no
silêncio.
Que fosse no calado amazônico onde o Uirapuru
mastiga o ferro, o rouxinol desfolha harmonias, mas não! O mundo as vezes acaba
com uma simples cuspida de raio numa árvore roída de cupim.
Tudo começou
numa segunda feira a tarde.
...Amo a chuva, o sol, a temporal e por amar
resolvi me deitar na minha rede.
Enquanto as
águas batiam nas vidraças e os raios repartiam a sideral, dormi...
Depois, na
estia, soube que os meus netos irrequietos fizeram outro tanto de anarquia numa
tentativa frustrada de me despertar.
Acordei
bobamente, abri o vidro da varanda para ouvir um vizinho que gesticulava numa
outra varanda distante. Soube então que
o mundo tinha desabado no meu portão.
Dentro de casa
estávamos, inocentes, visto que as câmeras e vídeos haviam se quebrado.
Afoitamente
descemos. O portão automático estava emperrado pela falta da energia e pela
copa de uma árvore que morrera ali em troncos de acidente.
A rua tornou-se
uma sala de encontro. Antes das medidas necessárias, trocamos palavras entre
alaridos... Tomamos posse dos facões, do machado...
Visto de onde eu
estava, meio mundo havia desabado. A 50 metros acima o verdadeiro destroço
morria no ombro de uma muralha. No tombo de uma árvore veio abaixo os fios da
alta tensão causando a morte do mundo. Bem! Dizendo sem a epopeia do exagero,
meio mundo morto, menos, um bairro ficou sem força elétrica, menos ainda:
somente algumas centenas de casas, uma rua de comercio e indústrias, e particularmente
a Rua em que moramos.
Resultou 4
longos dias sem o abastecimento elétrico, consequentemente, sem a internet.
A calamidade nos
mostrou uma situação esdrúxula onde um apagão através das conexões via
Embratel, pode trazer um Colapso fatal.
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