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quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Sem conexão

Uma árvore caiu em cima do mundo, se os nossos corpos tivessem tomado junto a velocidade do vendaval, quem sabe o acaso nos levaria para bairros privilegiados que tão em seguida ressurgem dos escombros, que sorte seria! Mas não foram estas a sorte deste minúsculo mundo ‘Jabaquara’.

O vento junto com a chuva circundou as pobres ruas deixando as noites iguais às do princípio.
Moradores em suas casas vagavam os cômodos em palpadelas para descobrirem uma vela.
Nós aqui do convento ajuntamos os menores e imaginamos uma noite diferente. Até chegamos a descobrir nobres momentos de reunir a família e passamos a assistir tudo que brilhava na distância.
Passamos dias incomunicáveis, ficamos sem a carga dos celulares, os televisores, sem as notícias... enfim, ficamos sufocados aguardando o merecimento do socorro.
É nessas horas que paramos a agitação humana para nos perguntar!
O que seria da sociedade atual sem as parafernálias do século?
Particularmente pergunto, o que seria de mim sem o gelo no Whisky, sem a geladeira, sem o liquidificador, o processador de alimentos....
 Bem que para isto, dá-se um jeito! Mas que jeito dar com o processo das crônicas?
Ah!  Que saudade tive da falta deste amigo ‘Word’! Que falta de vê-lo pintando as letras erradas; corrigindo os lapsos de memória e até mesmo diminuindo a falta de escola.
Por melhor que a caneta trabalhe o resultado só retorna completo quando o ouvido do mundo para para curtir o entalhe da postagem.
Tudo muda! A muda muda e eu também mudei.
Mudei, mudei quando namorava os livros juvenis, os pasquins, os jornais...
Na maior da idade comecei a sentir desejos pelas abordagens de letras com conteúdo adultos, romances, dramas...
Ainda leio pequenos livros, porém, o temporal desta semana fez de mim um ermitão que se refugia no silêncio.
 Que fosse no calado amazônico onde o Uirapuru mastiga o ferro, o rouxinol desfolha harmonias, mas não! O mundo as vezes acaba com uma simples cuspida de raio numa árvore roída de cupim.
Tudo começou numa segunda feira a tarde.
...Amo a chuva, o sol, a temporal e por amar resolvi me deitar na minha rede.
Enquanto as águas batiam nas vidraças e os raios repartiam a sideral, dormi...
Depois, na estia, soube que os meus netos irrequietos fizeram outro tanto de anarquia numa tentativa frustrada de me despertar.
Acordei bobamente, abri o vidro da varanda para ouvir um vizinho que gesticulava numa outra varanda distante.  Soube então que o mundo tinha desabado no meu portão.
Dentro de casa estávamos, inocentes, visto que as câmeras e vídeos haviam se quebrado.
Afoitamente descemos. O portão automático estava emperrado pela falta da energia e pela copa de uma árvore que morrera ali em troncos de acidente.
A rua tornou-se uma sala de encontro. Antes das medidas necessárias, trocamos palavras entre alaridos... Tomamos posse dos facões, do machado...
Visto de onde eu estava, meio mundo havia desabado. A 50 metros acima o verdadeiro destroço morria no ombro de uma muralha. No tombo de uma árvore veio abaixo os fios da alta tensão causando a morte do mundo. Bem! Dizendo sem a epopeia do exagero, meio mundo morto, menos, um bairro ficou sem força elétrica, menos ainda: somente algumas centenas de casas, uma rua de comercio e indústrias, e particularmente a Rua em que moramos.
Resultou 4 longos dias sem o abastecimento elétrico, consequentemente, sem a internet.
A calamidade nos mostrou uma situação esdrúxula onde um apagão através das conexões via Embratel, pode trazer um Colapso fatal. 



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