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quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Arranhar a vida

J. VLemes

Para entender o que escrevi abaixo, venham comigo.
Faça de conta que eu sou o destino, e estou lhe chamando para um passeio.
Só que eu não sou um destino comum, mas sim um destino com poder de voltar no tempo.
Ouça-me e venha. Entre comigo no mistério do nada.
Ou, se preferir dentro da sua máquina humana. Venha. Troque sua roupagem por está que lhe permitirá ser tão pequeno a ponto de caminhar dentro do cérebro.

Será que somos o que pensamos que somos!
O que somos? Se as repartições no cérebro são semelhantes a uma casa onde o eu… dividem os espaços com eles… mulher, filhos… enfim, Uma sociedade que imigra para adentro de nós.
Sendo assim, não somos sozinhos nem na nossa própria cabeça. Uma cidade se ergue para abrigar a mobília da alma com base no corpo.
Capine do pensamento um só nome, por exemplo, o da mulher com quem nós nos casamos. Nesse caso, não sobrará  nada! Um espaço de vida será extirpado, e deste modo, acordaremos no meio do nada, ou talvez na base daquele primeiro dia em  que começou pelo olhar… No meu caso, serei jogado há quatro décadas no passado. Que loucura!  Abrir os olhos quarenta anos lá na frente sem ao menos ter vivido um segundo deste  tempo. Acho que nem louco entende isto!
Pois, se do tudo, ela (a mulher) é a peça principal.
Vou colocar nisto toda a capacidade de raciocínio e entrar na massa cinzenta, Apagar o nome Maria como se ela nunca tivesse entrado na minha vida. Não digo apagar somente as letras, vou mais longe, como, abrir os olhos no repente e não ter mais esta parte da história —  anos e anos de construção conjunta. Acontecerá  a seguir que passarei a pisar no ermo da loucura.
Pensar assim é surtar! Ou acordar na estrebaria do dia sem ter uma identidade, um endereço fixo; é não saber o aonde e nem o porquê do mundo.
Raciocinemos!  Iremos procurar a quem? Filhos? Netos? Amigos? Não encontraremos ninguém deste naipe. Todos seriam arrancados do pensamento num só ato, como se tudo o que foi realidade passasse a ser algo que nunca foi começado. Neste caso, é o mesmo que dizer: Nunca ouve tal madre produtora  com o destino do hoje.

E no lugar ermo, moraria o inexistente junto de uma coletividade desconhecida.  
O que aqui, escrito, não é absurdo; tem semelhança com o tal do mal de Alzheimer.
Pateticamente eu me ponho a pensar no cérebro como se ele fosse um arquivo com alguns gigabytes. Apagar dele determinado o nome é o mesmo que invalidar todo o texto. 


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