J. VLemes
Para
entender o que escrevi abaixo, venham comigo.
Faça
de conta que eu sou o destino, e estou lhe chamando para um passeio.
Só
que eu não sou um destino comum, mas sim um destino com poder de voltar no
tempo.
Ouça-me
e venha. Entre comigo no mistério do nada.
Ou,
se preferir dentro da sua máquina humana. Venha. Troque sua roupagem por está
que lhe permitirá ser tão pequeno a ponto de caminhar dentro do cérebro.
Será
que somos o que pensamos que somos!
O
que somos? Se as repartições no cérebro são semelhantes a uma casa onde o eu…
dividem os espaços com eles… mulher, filhos… enfim, Uma sociedade que imigra
para adentro de nós.
Sendo
assim, não somos sozinhos nem na nossa própria cabeça. Uma cidade se ergue para
abrigar a mobília da alma com base no corpo.
Capine
do pensamento um só nome, por exemplo, o da mulher com quem nós nos casamos. Nesse
caso, não sobrará nada! Um espaço de
vida será extirpado, e deste modo, acordaremos no meio do nada, ou talvez na
base daquele primeiro dia em que começou
pelo olhar… No meu caso, serei jogado há quatro décadas no passado. Que
loucura! Abrir os olhos quarenta anos lá
na frente sem ao menos ter vivido um segundo deste tempo. Acho que nem louco entende isto!
Pois,
se do tudo, ela (a mulher) é a peça principal.
Vou
colocar nisto toda a capacidade de raciocínio e entrar na massa cinzenta,
Apagar o nome Maria como se ela nunca tivesse entrado na minha vida. Não digo
apagar somente as letras, vou mais longe, como, abrir os olhos no repente e não
ter mais esta parte da história — anos e
anos de construção conjunta. Acontecerá
a seguir que passarei a pisar no ermo da loucura.
Pensar
assim é surtar! Ou acordar na estrebaria do dia sem ter uma identidade, um
endereço fixo; é não saber o aonde e nem o porquê do mundo.
Raciocinemos!
Iremos procurar a quem? Filhos? Netos?
Amigos? Não encontraremos ninguém deste naipe. Todos seriam arrancados do
pensamento num só ato, como se tudo o que foi realidade passasse a ser algo que
nunca foi começado. Neste caso, é o mesmo que dizer: Nunca ouve tal madre produtora
com o destino do hoje.
E
no lugar ermo, moraria o inexistente junto de uma coletividade desconhecida.
O
que aqui, escrito, não é absurdo; tem semelhança com o tal do mal de Alzheimer.
Pateticamente
eu me ponho a pensar no cérebro como se ele fosse um arquivo com alguns gigabytes.
Apagar dele determinado o nome é o mesmo que invalidar todo o texto.
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