[ J.Vlemes ]
Minha pedra existencial perde-se
assolada.
Em suas eras sobe um continuo morador
É sempre o mesmo, no começo tinha os
ossos frágeis
Sua pele se parecia com um tecido liso,
tratava-se de um menino carregando no rosto a faceta de primitivos dias.
De tempos em tempos se fazia diferente
Em suas primeiras apresentações morava nele
um juvenil que pelas manhãs, erguia-se, corria, e assim ia se depositando para
os demais romperes.
Não tardava: no ciclo virado, lá vinha
ele, carregado de si, ajustava o labirinto, centralizava os passos e rompia o
sertão de cada oportunidade.
Minha pedra existencial se
perde assolada.
As eras sobem em suas
escadas.
Esculpi uma construção com
pinças de metal
Seu enfoque mostra um
homem de tope
Escorre dele estalactite
literária.
Seu interior é vitrificado.
Suas paredes são jaspes.
Suas pálpebras representam cavernas sonegas.
O pensamento é o único que
entra e sai,
Que faz confabulações; o
pensamento se orquestra numa mesa cinza, convoca o ministro da emoção, e
Após assistirem o silêncio,
dormem…
Minha pedra existencial é
uma nascença. Seus copos de água se derramam esôfago abaixo, banha cada
ribeira, por menor que sejam as ilhas das células, lá, uma parte do mar se deita nas praias, deixa o humo nas areias
e, o restante volta em sulcos de outros rios. Há neste globo dois pontos
culminantes: são como olhos de cachoeira que se despejam pelas paredes do
tórax. Trata-se de uma superfície
sentimental, suas praias recebem as lágrimas de um atlântico revolto; ressacas
voltam, trazem maresias.
Minha pedra existencial é
proprietária de uma genetriz, de geografia, de geometria, que dá a ela as
codornizes e os demais nutrientes do deserto.
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