[J. Vitor ]
Tem vezes que entramos num transe
conturbado que até o para-brisa parado incomoda.
Porém tem outros transes que os
momentos ficam em total silêncio… Os ruídos podem descer prédios abaixo que as
suas poeiras não entravam a condução dos versos e poesias.
Nestas vezes de serenidade total, o
redor da vida entra no pacífico absoluto. "Nada incomoda," nem o
leque da chuva que se abre e fecha diante do vidro; tão pouco a maquininha que
oscila, oscila e oscila de um lado para o outro. É como se o carro adotasse um
piloto automático, que mesmo sendo invisível, faz da sua companhia um amigo de
chá, um companheiro de vinho. Do lado de fora o sensor da velocidade
se banha com a chuva, faz alteração no velocímetro, a plenitude do
aforismo preenche a cabine — São 9:00 da manhã, já estou quase do outro lado da Área Urbano. Vou encontra-me com Maria…
No repente do asfalto, as rodas giram
sem o estável do controle. O Globo se mistura entre as estrelas. O sol abre seu
último sorriso... E por um terminal de pingos, gota a gota vem ser o artista de
um drama, de uma mutante cena onde o retratado é mudo.
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Amigos para sempre