Repentinamente o céu nebulou, as
nuvens se entrelaçaram — crispou gritos de raio, e o povo lá no morro debandaram
arrastando crianças e velhos nos ombros, geladeiras, aparelhos e o mais que
podiam.
Estava decretada hora de destroços.
lama e lascas desciam abaixo com pedaços
inteiro do mundo explodido.
Quantas lágrimas se misturam ao
desespero…
nem mesmo o chão companheiro pode
desobedecer às ordens da torrencial.
O empíreo se abria encharcando a
vida… transformando toda lida em morte.
A chuva descia com glória de um fim
de mundo, tecia os lombos da comunidade dando a elas um único rogo em choramingo
de crianças, ganidos de cachorros, e vozes desesperadas que clamavam.
Num
mesmo repentino veio a estia dando aos sobreviventes requerer das valas os seus
perdidos; ao próprio tempo a mídia se apoderou do extermínio lançando avisos e
pedidos de contribuições.
Imagens mostravam olhos inchados
lamentando pelos filhos,
órfãos pelos pais, proprietários pelas
barrancas…
Restava somente erguer a bandeira a
meio pau até que as lágrimas se esgotassem…
de J.Vitor
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Amigos para sempre