(J.Vitor)
Aproximou-se — Era a
agonia moribunda.
O mal fatal.
Trouxe conselho,
disse:
Esqueça a saúde,
A dor é vinda…
“está a porta.” Traz-lhe consternação.
Depois respondeu a
si mesmo…
Encostá-la-ei na
artéria aorta;
Fez um urro, tornou
a repetir:
“sou eu” “o medo,”
“o outono”.
Aquele que ali
estava após ouvir,
Escalpelou-se e
morreu.
A morte deixou no
depor um aviso,
Que na sequencia…
voltou dizendo:
Fui ao grande
destino e levei o trâmite do óbito, foi aceito!
Estou de retorno,
busco outro contento.
Pois, sou
encarregado de levar os preditos
Sou a resposta
simbólica da foice fastidiosa.
Tenho o traspasse
que a vida não tem.
Vidas novas saem de
lá, vem viver aqui.
Vem para aguçar a
alma: passeiam pelo tempo:
Enamoram-se,
elaboram vivências de praxe,
Participam de
partos, (parturiam-se aqui,)
Quando cansadas, me
chamam!
A dor é vinda… Urrou…
Um rapazola ouvindo
a voz do além implorou,
Contestou ser cedo,
não se declinou,
Não queria ir,
desmesurou a outra parte.
Inquirindo,
perguntava... — Porque irei agora?
Resposta não teve.
A donzela no seu
canto
Enamorada do moço,
teve um grande espanto:
— Deixe-o para mim. Não o leve embora.
Nada conseguindo, só
dor e revolta.
Interpelou ao
milagre inesperado,
O milagre pelo moço púbere e despreparado,
“confabulou-se com o
ar clamando-os de volta.”
O respiro voltou a
inflar-lhe o peito
O peito tornou toda
força que podia
Disparou na
existência… desperto.
Novamente, andou,
trabalhou e namorou a revelia.
Aquela, antes
donzela... Agora veio a ficar velha
Sorriu para agonia
sem pedir outra fagulha!
O inesperado urrou
novamente, não se fez de aliado,
Sabia que em ambos
não havia mais legado.
O fortuito juntou
sua força com o prodígio,
assim atenderia
causas de crença.
A fé que a velha
tinha ficou sem subterfúgio
havia se desprendido
na doença.
E assim, a velha
também se fora. Posto que:
Os netos que dela
viera brincavam no antigo sótão,
quando encontraram,
trancafiados a um tique-taque:
tábuas do assoalho…
desprendiam-se do chão.
Debaixo havia um
amontoado de papel
Era o diário da moça
que de viver virou vovó.
— Velha, viveu a
última volta a sós:
Sem a mocinha e sem
o rapaz que após encontraram-se no céu…
Muito Linda...
ResponderExcluirBeijo
Gostei, muito bonita,
ResponderExcluirEra o diário da moça que de tanto viver virou vovó, viveu a última volta a sós ...
Bjs.