Cap. 6
Sentado no vaso ressonava mais um tanto,
recobrava os sonhos turvilhados das poucas horas de sono.
A minha frente ficava o metal gélido
fincado no granito. Erguia-me do vaso, adiantava-me diante do espelho, corcoveava
a mão e subia com elas no rosto, as primeiras águas tocavam-me de leve, as
últimas venciam o incomodo da morbidez.
Depois vinha a escova, apagava o doce da noite. O perfume fazia relembrar do travesseiro macio. (quinze minutos se passavam)
Depois vinha a escova, apagava o doce da noite. O perfume fazia relembrar do travesseiro macio. (quinze minutos se passavam)
Inteiramente desperto ia aquentar o
leite, fazer o café, tirar a marmita da geladeira, dar mais um gosto para a
primeira saudade.
O mesmo relógio dá o segundo alarme. Agora
chama outro nome: Dona mãe de quatro filhos, acorde!
Ela abre os olhos e se vê rodeada da prole.
Um deles faz um pedido de leite, os outros repetem em coro: leiiite pããão e
chocolaaate. É o verdadeiro atazanar de choramingas, de fraldas a serem
trocadas, de uniformes para passar e da buzina desesperada que espera pelo mais
velho.
A dona senhora passa a manhã rodeada
pela saia; vem o horário novamente da buzina aflita, avisa à hora do almoço,
pronto, é o despacho da menor que vai junto com a filha da vizinha. À tarde…
quase sobre controle… chega à vez de ir buscá-los.
O relógio de sábado e domingo
descansava. Nada de comércio, nada de nada ajustado. Restava-me o balde, as
rosas no jardim, a poda do espinheiro; levar as crianças para os dominicais,
para o passeio no parque… depois… à noite… o padrão: salvação, os pedidos, os
agradecimentos…
Na rotativa do bem... Deus criou os
primeiros anos, e dava a nós para usarmos com benefícios.
J.Vitor
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Amigos para sempre