Esta noite saí no terraço, olhei para o céu
as nuvens faziam desenhos; comecei a decifrá-los:
vi projetos mirabolantes... no outro lado passeava
uma mulher contornada de bronze, começada pelo salto alto,
subia-lhe dos pés o tornozelo, depois as pernas redondas,
o joelho tão próximo e a minha lamúria tão longe…
Tem no olhar o infinito
Traz no corpo um desenho escrito
outro… outro… volto no lugar da maçã,
A intenção é intuir um pomar, perceber a nova figura:
Engano-me pensar em noite lamuriosa:
saio para o terraço, olho para o céu;
lá estão desenhos aleatórios:
um peito sem camisa;
uma casinha sem chapéu; uma árvore sem éden,
depois se acopla à copa,
abre-se um pouco, nasce um fruto.
Lá está!
Pousada na rua bem ao lado da calçada.
Valeu sair ao terraço,
Valeu olhar para o céu,
Valeu aquela mulher contornada de bronze
sobre seu salto alto, “desenhada na nuvem!”
J.Vitor
Linda poesia, adorei !!!
ResponderExcluirLinda! valeu a leitura... os poetas enxergam sempre coisas que ninguém mais vê!
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