Quantas vezes tive que vestir a casaca do
bobo — ficar quieto como se os meus ouvidos fossem débeis. O sangue fervilha na
têmpora, o coração jorra fel, a amargura da resina chega na garganta.
Nestes momentos de fecha, há debaixo do
céu uma coisa que nos adocica a boca: ficar quieto, olhar nos olhos do afrontador
e torturá-lo com o silêncio… Ele vai se abrandando como marruá que é, a cada olhar
calado a verga do seu pescoço se quebra um tanto, a tortura vai ficando
intensa; os galhos em sua cabeça tornam-se uma vaidade vencida; O urro perde a magnitude;
perde o brio e sem mais resistir, deita-se na arena; só que agora, me olha, e olhando
no fuzil dos meus olhos, enxerga força, sabedoria, e não mais o primeiro bobo!
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