Andando no meu Jabaquara de 60 anos, marco encontros comigo; deixo depositado nas
calçadas, a fuga que dos pés caminham delirantes. Segue numa conversa sem
juízo de homem que faz palestras iniquáveis com razões que noutros tempos foram
reais.
Sabe-se que cada um manifesta em seu raciocínio uma fonte inesgotável de
perguntas, narrativas e enfim, sim, trazemos nestes vagos minutos os pastos e
alguns minguados milhos.
Quem nos vê, logo pensa que estamos procurando o parafuso
a menos. Porém, pelo contrário, longe estamos aumentando interpretativas que
condiz com caldos de garapa.
Campeamos quase que numa loucura completa para
fazer nascer esta amizade que entra em nós, monta seu palco; de um lado está o
professor, doutro, o aluno, e entre eles os convidados.
A sintonia vai e volta penetrando na convecção discutida
pela vida, quando não, somos pegos chorando pela comunhão de uma oração. Amo fazer caminhada!
É viandando que aprendo recitar os Salmos, declamar poemas,
e quando sobra tempo faço uma conferência, baseando-me em emoções que o passado
deixou no lombo e no juízo deste velho amigo...
Ah! Como gostaria de me ouvir quando estou no silêncio!
Pena! Que quase tudo se esquece, e eu me esqueço, as virgulas
autênticas fogem; a minha mais íntima confissão não chega ao confessório.
Sinto pena em perder o livro que jogo fora quando a
caminhada termina. Se tento reescrever não consigo ter de volta a verdadeira peça, então faço plágio.
É mais ou menos como perder na memória detalhes de um sonho
lindo.
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Amigos para sempre