J.VLemes
Sinto
estar na sala de visita do tempo.
Estou
só. Percebo a folia do vento ao meu redor, ele vai e vem e eu também.
Somos corredores
sem compromisso, submissos do destino.
Rufadas
de ar gélido engomam as flanelas de dormir, a brisa viaja e eu aguardo as
noites, as estrelas e da varanda sou assíduo, quase discípulo de ficar aqui
parado enquanto a cabeça fervilha pensamentos fazendo do chapéu armadilha para
emboscar esperança.
Por
segundos, saio de mim como se estivesse saindo de um farol fechado, pena que na
frente o meu mundo está congestionado. Estou andando de freios retesados.
Habito
em minha cabine, tenho a disposição os olhos que vasculham as pedras transformando
a areia em poesia
Servem
como lema e me levam aos postos de alma. Abasteço-me de química, e, do seu teor
carbonizo letras que ainda queimam propulsão.
Meu
pulso acunha o lápis das lembranças e me faz
Estarrecido
de hoje ao acontecer das horas.
Escrevo,
escrevo... mesmo que ao redor estão as moscas, é o único nada donde tirar um pouco
de presente.
A
estrada se estreita, humanos vão ficando como se fossem postes fincados na
muralha da fazenda.
Talvez
seja assim: como velhotes no asilo, implorando amizades. Digo por eles que é
como o estar de agora; sento na minha espera sem conforto; visto uma roupa
perfumada de gaveta, misturo na ansiedade, espero!
Neste
dia, ninguém vem.
A
rodovia lá longe, passa a não existir. Ouve-se dela e de vez em vez um ruído
que ronca sem sentido.
No
demais, tudo é silêncio – refolho e conflitos que aninham no cochilo.
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Amigos para sempre