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quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Solstício de inverno

J.VLemes

Sinto estar na sala de visita do tempo.
Estou só. Percebo a folia do vento ao meu redor, ele vai e vem e eu também.
Somos corredores sem compromisso, submissos do destino.
Rufadas de ar gélido engomam as flanelas de dormir, a brisa viaja e eu aguardo as noites, as estrelas e da varanda sou assíduo, quase discípulo de ficar aqui parado enquanto a cabeça fervilha pensamentos fazendo do chapéu armadilha para emboscar esperança.
Por segundos, saio de mim como se estivesse saindo de um farol fechado, pena que na frente o meu mundo está congestionado. Estou andando de freios retesados.
Habito em minha cabine, tenho a disposição os olhos que vasculham as pedras transformando a areia em poesia
Servem como lema e me levam aos postos de alma. Abasteço-me de química, e, do seu teor carbonizo letras que ainda queimam propulsão.
Meu pulso acunha o lápis das lembranças e me faz
Estarrecido de hoje ao acontecer das horas.
Escrevo, escrevo... mesmo que ao redor estão as moscas, é o único nada donde tirar um pouco de presente.
A estrada se estreita, humanos vão ficando como se fossem postes fincados na muralha da fazenda.
Talvez seja assim: como velhotes no asilo, implorando amizades. Digo por eles que é como o estar de agora; sento na minha espera sem conforto; visto uma roupa perfumada de gaveta, misturo na ansiedade, espero!
Neste dia, ninguém vem.
A rodovia lá longe, passa a não existir. Ouve-se dela e de vez em vez um ruído que ronca sem sentido.

No demais, tudo é silêncio – refolho e conflitos que aninham no cochilo.

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