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quinta-feira, 30 de maio de 2013

Construção do primeiro castelo

[ J. Vitor ]

Fiz de tudo. Quis esconder o homem que tinha no barril dos meus desejos, não consegui, rompia-se de mim entre as roupas um vil varonil que se pôs oculto. Maquinava conhecer o amor, nem que para isto fosse daquele empreito de saltar ao meio do caminho, esperar… E esperou por longas datas. Os anos se passavam, mas, mesmo assim, um pouco de mim se derramava, vazava do corpo em ruptura; no auge do ponto cheguei, passei para o lugar do coração uma carente criatura que até então não estava mais conseguindo se abster de macular o coração vazio.   
Ali fiquei… nas escondidas do cipreste. A agonia corroía as têmporas, até as veias saiam pelas janelas para espiar o amor, os olhares se perdiam como se perdem as donzelas no primeiro coito. Fiquei ali no arredio, passei a decorar nomes, pois a consciência sabia que entre um dos nomes surgiria ela que com a força dos seus lábios plantaria dentro de mim um recomeçar de era!
Que longas agonias! Seria uma daquelas que haveria de me trazer o futuro quando a puberdade passasse… Tão doce ela viria, entraria pelo meu peito já aberto, estenderia nele um castelo qualquer…! Uma vinha qualquer…! Que fosse eu vagabundo lagarto, que importa! Subiria ao alcance dos cachos maduros e bem ao posto indicaria o lugar de uma recâmara lugar onde dorme os reis e as rainhas.  


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