Estou aqui.
(J.Vitor)
Venho de um passeio longe…
Trago tímidas letras, elas foram ajuntadas
nesta madrugada.
O relógio descia a escala do segundo número.
O frio quis emperrar-me na cama; não
conseguindo
eu aticei o pavio: Uni no pensamento
quinquilharias de palavras.
Formaram duas frases dentro da insônia.
Deu-me a atitude de ir raleando os cobertores
até que a umidade fria fosse acomodando-se no
pijama.
Ergui-me aos poucos, tateie o criado em busca
dos óculos.
Pus os pés no chinelo de pano e fui arrastando
os passos até a ala da escrivaninha.
O meu caderno já pairava sobre o tampo. As
folhas estavam misturadas com o lume do dimel, (branco inerme), e a sala alcovitava
com o breu que atravessava os vidros trazendo a invernada lá de fora.
Sentei-me… O courvim do assento! Outro golpe
gélido!
Acunhei nos dedos a caneta e tornei ao lugar do
passeio para lhe dizer:
Estou aqui, trago-lhe a continua amizade e o afogo
para resplandecer a nossa história; que na verdade deste instante trata-se de
um pequeno estar acalentado desta noite insone.
Assim, findo este o passeio agradecendo a você
por abrir—me este caminho longo…!
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Amigos para sempre