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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Funerária

O que sobrepõe o final? — nada!
Terminada as estações, o sol entrará na calada,
A lua não falará do dragão de São Jorge,
O universo, (pequeno senhor), caberá no ataúde.

A funerária descarregará o apagado no ecúleo
Arrastará do canto lúgubre a haste do crucifico
levará até ao cepo do caixão
onde a posição dos candelabros dorme a cabeceira.

À vela fumegada: assistirá a noite,
A parafina esculpira um corpo no lampadário;
A madrugada se vestirá do ar exaurido.
Vez por outra: — desatas de lamúrias.


Logo achegará o limiar do dia arrastando o alvor;
A estranheza da morte diminuirá.
Os lamentos sobrarão de menos pesar
Os coveiros irão à pá, cobrindo o universo.

de J.Vitor

Um comentário:

  1. "Logo achegará o limiar do dia arrastando o alvor;
    A estranheza da morte diminuirá.
    Os lamentos sobrarão de menos pesar
    Os coveiros irão à pá, cobrindo o universo."

    Passada a primeira noite a vida clama pela vida e o que fica são lembranças...
    Belo poema dentro de sua crueza...

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