Debruço-me no parapeito e passo dúzias de minutos em relativos olhares,
foco-me num tanque abaixo da janela.
Lá, submerso, entro no mundo ornamental, chego ao ponto: supor receber ar por traquéias… Porém, o pulmão saca-me novamente, faz-me expelir e inflar o peito!
Volto à tona, fico somente no beiral do leito, descanso o olhar nas pedras, as águas jorram em suas vozes de cristal, fazem brincarem nos vãos do granito. Os peixes se abeiram dos meus dedos, agradecem o petisco, volteiam o borbulhar da pequena cachoeira.
Vejo-me trasladado para este singular lar. Lá! Junto dos peixes, mora o sonho. Quer ele levar-me além das reservas — propor-me um mergulho no mais fundo desejo… fazer emergir os mistérios escondidos. — presentear-me de proezas e com o fato das tantas belezas. “Certo se faz”: distrair-me entre algas e misturar na calda… o sabor exótico.
De veraz!? O que será este outro lado?
Será engodo ou maná sórdido?
Debruçado na janela… vivi o aquário, suplantei o Acará, subjuguei o Lebiste, e, supus capacidade... Mergulhei fundo.
De todos os peixes fui o gazeteiro, fiz-me furtar, porém, desconhecia a arte.
Gostava de tinta! — Não tive pincel.
Gostava de livros! — Não os entendiam.
Tanto era poema ou poesia — Não lia.
Gabava apreço por desenhos! — Rabiscos!? — Pareciam bonitos.
Hoje! Não visito mais o aquário! — Minha aptidão não expressa condição.
Salvo de quando sonho e escrevo uma crônica…
de J.Vitor
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Amigos para sempre