Envelheci,
De longe… acenei! Era o moço!
Ia à busca do seu busto coeso
Preso visivelmente no próprio esboço.
Deixei que fosse onde quer que fosse,
Porque os lugares seriam os mesmo,
Lá se passou as épocas, lá viveu Maria!
Que visitasse tio Anastácio,
Que andasse no internacional antigo
Que comprasse pipocas ou contasse anedotas
Acompanhei cada passo,
Trancei o cadarço do sapato
Participei dos sucessos distais
Das notícias intelectuais.
Sabia que após a fugidia
Ririam das coisas vagas
Do caminhão antigo de Papai,
Da cozinha, do piso vermelho,
Da antiga geladeira a gás.
Lembro das tias:
Reuniam-se para tricotar conversas.
Das coisas… lembro…
Só não consigo entender as tacanhas.
Nem as mazelas deste meu rosto.
É muito estranho...
Quem é este no espelho?
Tenho a impressão que o moço não o conheceu!
de J.Vitor
Teu rosto é o mesmo do moço...
ResponderExcluiras mazelas estão no espelho...
beijos
Acompanhei muitos passos, ví o moço ir em busca dos lugares, dos ideais. Quando menino ví subir e descer do caminhão antigo de papai, escorregar na cozinha de piso vermelho, abrir a antiga geladeira branca à gás. Lembro das coisas.
ResponderExcluirÉ estranho, hoje vejo aquele moço no espelho, ele não mudou, mas cresceu, cresceu, cresceu ...
O espelho não assustou, regozijou-se com a imagem refletida, a imagem da sabedoria ...