escrito por [Maria Alice]
Naquela manhã tive todas as lágrimas no coração e todas as emoções de expectativa escolar. Estava para acontecer um marco, e eu não sabia.
Tinha cinco anos. Ganhei um beijinho no rosto e um empurrãozinho no ombro… caminhei… atrás de mim os olhos de mamãe me acompanhavam!
As tias auxiliares arrumavam grupos nas respectivas filas. Seguindo as informações fomos passando um a um até sentarmos todos. Acomodados, ouvimos um pedido de atenção: Tia Fátima estava no canto da sala, esperava por nós. Usava uma capa rosa e tinha na mão um sinaleiro que não me lembro se era uma régua, um acrílico qualquer. Tia Fátima se fez pronta para abrir as regras, ou facilitar a comunicação:
“— Sempre que disser lado direito, lembre-se: direito é o lado que você escreve!”
— Primeiro dia. O coração, que chorava medo e expectativa, aprendeu a regra. O coração se abrira, não chorava mais. Tive outros professores com o mesmo dizer Implícito. Ganhei deles um poder absoluto: “Direita é a mão que escrevo!”.
Serviu para mim, lembro-me orgulhosa como primeira coisa que aprendi na vida de estudante.
Não sou boa fisionomista, confesso!, mas dezesseis anos depois ainda recordo dos olhos verdes e das sardinhas daquele meu coleguinha ruivo da terceira série que disse admirado:
— Você escreve com a mão esquerda?!
A admiração maior foi minha, é claro: a mão direita não era a mão que eu escrevo…
Ainda carrego um trauma e me confundo quando recebo as instruções, tão básicas, de direções laterais. Mas naquele dia, com a ajuda do meu amiguinho Paulo Roberto, quebrei um paradigma. Descobri que não há só uma (nem duas) maneira de pensar e acima de tudo aprendi que mesmo quando meu cérebro reluta devo procurar andar e viver com a mente aberta.
"Tia Fátima não sabia que de uma menina de estrutura pequena se ergueria uma célebre Mulher”
"Alice, só faltava esta frase."
escrito por Maria Azice
Naquela manhã tive todas as lágrimas no coração e todas as emoções de expectativa escolar. Estava para acontecer um marco, e eu não sabia.
Tinha cinco anos. Ganhei um beijinho no rosto e um empurrãozinho no ombro… caminhei… atrás de mim os olhos de mamãe me acompanhavam!
As tias auxiliares arrumavam grupos nas respectivas filas. Seguindo as informações fomos passando um a um até sentarmos todos. Acomodados, ouvimos um pedido de atenção: Tia Fátima estava no canto da sala, esperava por nós. Usava uma capa rosa e tinha na mão um sinaleiro que não me lembro se era uma régua, um acrílico qualquer. Tia Fátima se fez pronta para abrir as regras, ou facilitar a comunicação:
“— Sempre que disser lado direito, lembre-se: direito é o lado que você escreve!”
— Primeiro dia. O coração, que chorava medo e expectativa, aprendeu a regra. O coração se abrira, não chorava mais. Tive outros professores com o mesmo dizer Implícito. Ganhei deles um poder absoluto: “Direita é a mão que escrevo!”.
Serviu para mim, lembro-me orgulhosa como primeira coisa que aprendi na vida de estudante.
Não sou boa fisionomista, confesso!, mas dezesseis anos depois ainda recordo dos olhos verdes e das sardinhas daquele meu coleguinha ruivo da terceira série que disse admirado:
— Você escreve com a mão esquerda?!
A admiração maior foi minha, é claro: a mão direita não era a mão que eu escrevo…
Ainda carrego um trauma e me confundo quando recebo as instruções, tão básicas, de direções laterais. Mas naquele dia, com a ajuda do meu amiguinho Paulo Roberto, quebrei um paradigma. Descobri que não há só uma (nem duas) maneira de pensar e acima de tudo aprendi que mesmo quando meu cérebro reluta devo procurar andar e viver com a mente aberta.
"Tia Fátima não sabia que de uma menina de estrutura pequena se ergueria uma célebre Mulher”
"Alice, só faltava esta frase."
escrito por Maria Azice
eu escrevo com a mão direita e me confundo até hj.. =( rsrs
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