Sou um assassino.
Aprisionei em mim o hábito
do poeta.
A cada instante roubava-lhe
uma epopeia, e, de tanto sugar-lhe as ideias, ele veio a desfalecer.
Por demérito e enciumado pelos
seus poemas, numa madrugada fria, abri a cadeia dos botões, e expulsei-o.
Pela manhã os patrulheiros
do destino, trouxeram-lhe de volta, moribundo, jaz sem inspiração, ficou jogado
aos meus pés. Tentei ressuscitá-lo com o Aurélio, dei-lhe doses de verbos e um naco
de pronomes, tudo inútil... encontra-se em coma.
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Amigos para sempre