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quarta-feira, 26 de março de 2014

Viagem

Miro a visão na torneira longa da pia que ultrapassa o patamar da vidraça uns 15 centímetros para cima.

O canudo que jorra água é a metade do corpo de trás.
Da cadeira, sentado alinho com os olhos nos dois canos que me servem como ponto de fuga entre mim e a fileira de sobrados que se situam a 200 metros de distância.
Tal é o ver que me pego imaginando a condução dos horizontes que para aquele momento são flexíveis na medida em que inclino o pescoço de um lado para o outro.

O meu  ouvido estava quieto; somente se dava ao pensamento que divagava o além, e até continuaria em nuvens se não fosse o canto doce e delicado de uma ave de outono. Ou não! Que fosse eu que em minha viajem tivesse depositado os demais sentidos em qualquer canto do corpo…  


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