J.VLemes
Gostaria de
seguir o conselho de Quintana quanto a não datar poemas.
Não nesta
noite de fevereiro. Porquanto não saberei começar omitindo o embuste; não posso
deixar de descrever o significado da insônia que me fez varar a madrugada.
Os olhos pregaram-se nas réstias de claridade vindas de fora: resquícios de luzes
dos postes, das varandas; o restante dava-me o parecer de ser do céu escuro
encobertando a lua e as estrelas. Transparecia somente a penúria.
Enfadado de
virar na cama, afirmei o olhar para o teto, busquei coordenação nos vultos que refletia na
arandela. As paredes iluminavam-se gradativas; a tela acima da cabeceira
ressaltava o contorno da coxa vermelha.
Virei o
pescoço para o lado esquerdo e fiquei admirando o perfil de Maria que dormia
docilmente.
Desvirei para
o lado direito e lá estava o mesmo perfil no porta retrato de cabeceira.
O Digital
pulava de número em número — Já não me importava mais!
Segui a viagem
tranquilo! — Pensei, quem sabe ainda durma um pouco antes do clarear.
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