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sábado, 15 de setembro de 2012

Caixa


Não pude ajuntar valores, 
E não os precisei. 
Pouco deixo, deixo esta lei: 
— Bom é que dure pelo que durar!


Pelo que durar e pelo que as traças deixarem! 
Comê-las irão os roedores nos tecidos.
Igualmente se fará desta folha de papel,
Depois... Quase nada valerá. 

Poderei precisar… talvez:
Cinco pares de lágrimas… com laço,
“Serpeará alguma lucidez,” 
Por ventura, sutileza estiada no espaço.

Não evapore as lágrimas, deixe-as que rolem,
Elas virão magnânimas. Já estarei no além. 
Não sou humilde e não me engano! 
Sou bastante orgulhoso e profano. 

Pois não deixo carros nem repertório,
Deixo o objeto que fui para o reconditório.

Antes que o vento deixe a alvorada 
O dia seja como a noite… “Entenebrecida” 
E que o espetáculo fúnebre leve a jazida
E da terra venha uma quadra lajeada.

Quero antes...
Antes da canseira moribunda.
Antes que o fado se retire.
Que seja antes... Ganhar uma caixa de melodias
E guardar nela o meu pecado.

Depois se anunciem as tiragens que descobri.
As crônicas das labutas que trabalhei.
Mas que morra todo pouco que corri
E viva o tanto que amei!

de J Vitor

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