Tem vezes que a vida se rebela, é como se ela dissesse:
— que me importa teus abacates, teus cabelos,
— que me importa teus abacates, teus cabelos,
o coqueiro e suas frutas penduradas no cabide?
Então paro os recitativos… as poesias para Maria,
Então paro os recitativos… as poesias para Maria,
deixo tudo guardado no armário.
…Passa-se uma semana, um mês, não edito palavreado.
Por final, volto, tento compreender o evento.
Tento maquiar as frustrações, (que na verdade são as minhas.) Puramente as minhas.
Tem vezes que a vida é esta falsa puritana.
Passam-se os meses, levam-se os anos, e,
vai junto o menino que se perde na condução do tempo;
um menino conduzido na rebeldia de um vento fugitivo.
Então, clamo aqui do finito como se fosse uma Gaivota que se perde do bando — o pano do mar se estende sem mostrar ancoradouro; olho para baixo, enxergo as ondas que fazem boiar uma única embarcação: “se de consolo ou não” ela grasna um choro, assim também sou:
como se estivesse perdendo os anos e deixando para trás esfoladuras,
ataduras numa história engessada na idade de um homem.
Não que seja de total deprimência. Não, não é,
é mera subsistência num jogo de memória onde ficam sucumbidos os brinquedos,
o afeto moribundo, e uma mamãe tão silenciosa…!
Tem vezes que me deixo ninar no colo do momento e enxergo
o passado trazendo brinquedos, e muitas arrelias.
o passado trazendo brinquedos, e muitas arrelias.
Mas ao mesmo instante o momento expatria o verbo e não dá o endereço do presente.
Olha-me pela fresta; bisbilhotava as festas, os bolos, e depois exultava cumprimento de aniversário!
de J.Vitor
Que lindo J.Vitor!
ResponderExcluirE é teu aniversário?
Se sim, PARABÉNS por ele. Se não, servem pelo texto!
abraços,felicidades!chica