Gostaria que o tempo
fosse mais amistoso. Que permitisse um diálogo aberto.
Conversaria com ele
sobre as dores de artroses, então ele me pediria desculpa pelos anos
bandoleiros.
— Desculpas aceitas!
Mas antes lhe diria:
Tu és um intrigueiro…!
Pões à mostra as minhas rugas. O que tinhas
tu contra os meus vinte aninhos!?
Sei que tudo acaba
ao seu determinado momento, a isto não me oponho! Acho lindo ver o ciclo de uma
rosa: Esconde-se num castelo de espinhos, no repente o caule se parte como parto
normal! — Seu ovo põe a cabeça para fora… aveludadinha…! Mais e mais ela vem saindo, assim: como numa adolescência de menina! Nos dias de primavera
ela debuta num broto de quinze anos, os dias passam… os olhares a acompanham, e
sem aperceberem… ao belo dia ela acorda vestida de saia vermelha… rosa… cor de
rosa… lilás… branca…! As mais lindas esperanças!
… A coisa que nos assusta é vê-la definhar.
Ah! Se pudesse ela
viver os mais anos — vinte, trinta… quarenta…! Que seja menos ou mais, mas que mantivesse
aquele fulgor da juventude!
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Amigos para sempre