Este
foi um livro curto. Não pensava que um dia viria
Ler
as suas folhas, muito menos dei numero para as páginas, assim pensava eu, mas
como todos sabem o tempo fermenta o passado e inevitavelmente o fermento faz
crescer o bolo, e, bolo, representa festa, e assim, para os que curtem
conhecimento, descreverei uma biografia, embora sendo particular, não deixará
de representar a muitos.
Escreverei
neste relato, dados verídicos misturados com lirismo e um pouco de criacionismo,
porém não deixará de ser baseado na realidade.
Para melhor entendimento começo esta biografia de
LAURA CINTRA LEMES, trazendo desde principio, primórdios de documentos lavrados
no município de Delfinópolis onde consta uma primeira data de raiz, 1898, Seu Pai
Victor Gomes Cintra, a qual por questão vale apena ser trazida a parte. Creio
que entre fatos, todos os seres da terra tem sua origem que explica
peculiaridades.
“A história
inicia-se por volta de 1780 e tem origem
no conflito existente entre dois grandes fazendeiros, descendentes de
bandeirantes paulistas, em relação à linha divisória de suas terras.
Para que a questão
fosse resolvida a contento, a esposa de um deles fez uma promessa a Nossa Senhora
da Luz.
Certa manhã,
conforme combinaram, os fazendeiros (Coronel Cocais e Coronel Camargo) partem
cada um de sua residência e cavalgam um em direção ao outro, até se encontrarem
próximo ao ribeirão Jorge Pequeno. No local do encontro, fixam o marco divisório
e, manda erigir uma capela em devoção à padroeira Nossa Senhora da Luz. Nas
proximidades do local, havia um olho d'água, represado por um aterro que
abastecia o pequeno povoado formado em volta da capela, o que explica a origem
do nome Nossa Senhora da Luz do Aterrado que lhe foi dado.
O ciclo de progresso
tem início com a implantação do bispado do Aterrado.
Uma grande parte familiar
de Laura tem ainda hoje, raízes em olhos d’água. Laura Cintra nasceu na cidade
de Delfinópolis MG. No dia 24 de julho
de1924. Cor de pele br anca, 1,55 de
altura, foi uma mãe elegante, seus 3 filhos quando se reúnem, gabam ao lembr á-La de sua generosidade, sua postura de dama
seminal. Diz os filhos com peso e levante de orgulho: entre poucas, esta foi a
nossa rainha.
Então foi assim: Não era meio dia quando ele
entrou, atravessou o salão e veio… trazia o cordial sorriso, chutou a bexiga
que estava enroscada no pé da mesa; nós, eu e todos, paramos para assistir a
alegria que ele trazia, não precisava fazer pose para ser cordial;
espontaneamente o era. Sentou-se a mesa, contou pilherias enquanto tomávamos
cerveja.
Mamãe tinha o rosto
róseo, seu semblante era doce.
Naquele dia, ainda não pensava eu, que aquele pedaço de vida pudesse ser contado com clareza de um replay. Laura Cintra Lemes, este era seu nome. Quando criança costumava achar que nome de mãe tinha que ser Laura! Combina com o carinho, com o colo da manhã, até o sabor do pão com manteiga misturado com café era de uma nobr eza só.
No demais dos dias a qualquer tempo farei um livro trazendo-a para apresentá-La aos netos.
Deixo por instante permeada este pequeno desfecho para voltar ao empenho desta história.
Não era meio dia, mas a ordem do evento estava pronta.
Uma das minhas tias, Isaura, irmã mais nova, juntara-se a nós fortalecendo as preparações de uma festa surpresa.
Minha irmã, Mara, estava incumbida de passar em casa e trazer mamãe. Quando puseram os pés para a entrada do prédio, talvez algum sinal se fizesse de festividade, porém, acreditamos que por instante, ouve um abismar de novidade que se rompeu em salvas.
Laura vestia um vestido claro com um sobr e
acolhimento verde que hoje, quando algum outro, por mim passa, arrasta-me para
as lembr anças sólidas; lágrimas
batem em pedras, são saudades que caem dos meus olhos.
Mamãe fazia aniversário. Na quadra, os meninos faziam uma disputa. Dava-se uma algazarra misturada de tudo.
No quiosque ardiam os espetinhos junto com a quicé dos aperitivos.
Aquela tarde passou, ou talvez ela não tenha passado, porque foi a ultima vez que estivemos juntos para explodirmos rojões…
Naquele dia, ainda não pensava eu, que aquele pedaço de vida pudesse ser contado com clareza de um replay. Laura Cintra Lemes, este era seu nome. Quando criança costumava achar que nome de mãe tinha que ser Laura! Combina com o carinho, com o colo da manhã, até o sabor do pão com manteiga misturado com café era de uma no
No demais dos dias a qualquer tempo farei um livro trazendo-a para apresentá-La aos netos.
Deixo por instante permeada este pequeno desfecho para voltar ao empenho desta história.
Não era meio dia, mas a ordem do evento estava pronta.
Uma das minhas tias, Isaura, irmã mais nova, juntara-se a nós fortalecendo as preparações de uma festa surpresa.
Minha irmã, Mara, estava incumbida de passar em casa e trazer mamãe. Quando puseram os pés para a entrada do prédio, talvez algum sinal se fizesse de festividade, porém, acreditamos que por instante, ouve um abismar de novidade que se rompeu em salvas.
Laura vestia um vestido claro com um so
Mamãe fazia aniversário. Na quadra, os meninos faziam uma disputa. Dava-se uma algazarra misturada de tudo.
No quiosque ardiam os espetinhos junto com a quicé dos aperitivos.
Aquela tarde passou, ou talvez ela não tenha passado, porque foi a ultima vez que estivemos juntos para explodirmos rojões…
Ruy Sanchez Lemes,
um jovem fogoso, cútis avermelhada, praticamente um dos deuses grego. Risonho,
experimentado nas dificuldades. Criou-se entre nove irmãos. Ele o mais velho
dos nove, carregava em si, um tributo de maior responsabilidade. Tinha nele um
pouco do sangue dos bandeirantes que vieram pelo rio Tietê e pescavam um denominado peixe
chamado Jaú, na foz de um
ribeirão. O local, desde então, ficou conhecido como Barra do Ribeirão do
Jaú. Motivados pela excelente qualidade da terra roxa, abundante na região, os
primeiros habitantes oriundos de Itu, Porto Feliz, Capivari e do sul de Minas Gerais, aí se fixaram com
suas famílias.
Seu José, pai de
Ruy, formou sua família em Jaú, depois vieram para São Paulo.
Quando aqui
chegaram, desembarcaram na estação da antiga Sorocabana, vieram morar na Vila
Morais.
Na época fervilhava
a antiga praça 1ª Conceição que após passou a ser oficialmente chamada de Praça
da Árvore.
E disse o poeta sobr e a praça e bosque onde as pessoas ali paravam
para tomarem fresca, namorarem, e, ali já vendiam prospecto de um amanhã,
dizendo:
Subsistirão perpetuamente destes ares, episódios; que nunca
será somente um passado de pai para filho; folgarão as famílias do futuro,
ouvir e saber que em bancos deste lugar, reuniam infantos e jovens.
Era naquele tempo o
tempo em que gerações se construíam para que outras continuassem os edifícios.
Ruy era o predito
moço que certa vez o tarô da cigana enxergou no olhar Laura. — dissera a nômade mulher: vejo em tuas mãos
uma ordem, tu encontrarás a tal dia e em tal lugar um moço. Virá ele como o
vento vem e chacoalha as árvores, faz dobr ar
as palmeiras, assim ele virá, entrará no teu destino, prontamente se volverá o
vaticinado em tua pequena casa onde coabita os sentimentos.
Laura foi uma menina
sofrida, moravam na proximidade da serra da Canastra, seus africionamentos eram muitos, vivia sobr essaltada
pelas carências. Aprendeu desde cedo a
lutar, e com lutas veio a ser uma mulher. Embora ainda jovem, tomou para si as
responsabilidades; ajuntou seus irmãos menores, vestindo-os com roupas que
viera a comprar de um senhor lojista, que na época acreditou que ela tinha
garra para assumir o compromisso e de vir para São Paulo; alojar a família,
arrumar um emprego e posteriormente pagar a divida que fizera na compra de cada
vestimenta. Nesta época, Barbara, sua mãe, vinha sofrendo de perdas de memória.
Praticamente havia abandonado os filhos para o esquecimento.
Particularmente, se
há em mim o direito; quero adivinhar uma mocinha esbelta, condescendente,
naturalmente linda, pois, sem modéstia, somente com o orgulho, pintarei um
retrato de uma meia mulher de olhos castanhos, 1,55 de altura, de uma linhagem
portuguesa, mistificada com indígenas…
que bem sabemos por historiadores que as índias eram lindas, bem
formadas de corpo, e entre os índios havia um elenco de Hollywood. O escritor
modernista, José de Alencar destaca neste sentido “Peri,” o personagem
principal de "O Guarani", romance em que
Alencar, de modo épico, faz uma alegoria das origens do Brasil.
A carta de Pero Vaz
ao Rei D Manuel I, faz um relato exato de como era os índios em sua formosura.
A beleza de Laura
não era a pedra fundamental, que fosse igual a um doce, pois havia nela a
generosidade gratuita, a serenidade casual. Isto não é um conto de lápis sem memória,
doce como açúcar era a sua amizade.
Talvez me enganem os
detalhes, mas não estou omitindo a figura e nem o seu figurino. Levanto os
olhos para ela, seu rosto macio de uma menina, ganhou os dias de moça, na época
as oportunidades para elevar os estudos eram zero; embora
fosse inteligente, trazia em si o conhecimento do primário.
Quando ela conheceu
Ruy, foi através de uma roda de amigas, que por sorte, Araci veio a ser sua
cunhada e tornou-se muito mais que vinco familiar; sempre que podiam, faziam
vizitas no rolo dos anos. Foram confidentes
sem marasmo de receio.
Coube um preparo
festivo no dia do seu casamento. Como marido e mulher, Laura e Ruy tiveram seis
filhos, sendo que três não viveram o extensivo do lar.
Que seja lembr ada a cáustica luta dos dias, mesmo que estivessem
ainda sonhos de mel, os dias foram garridos.
Os remanescidos
vieram, e aos poucos fizeram troco de um amor inteiro; custa aqui, somar os
dias de colo, de lições que eram tantas de janeiro a janeiro.
Aquela menina cujos infortúnios a quis pobr e, eram alegres e vivazes. Aprendeu a construir
honradez
Trabalhou como
doméstica na casa do juiz. Por volta de algum tempo, sua mãe, dona Barbara, perdeu
a memória, quando Laura chegava a casa no fim do dia, encontrava uma senhora
apática sentada num banquinho, ficava horas sem ter tido reações para cuidar
dos menores que por vez eram acudidos pela vizinha que se apiedava por ouvir os
choramingões. Triste, porém acautelada,
a menina Laura, cuidava dos afazeres restantes.
Seus avós por parte
do pai foram fazendeiros fortes, tiveram uma grande fortuna em latifúndios,
porém seus filhos lapidaram cada erva dos seus espaços. Nada sobr ou.
Destes lugarejos
como Olhos d’água, Delfinópolis, Guarita de Minas (Serra da Canastra); este
narrador aqui, atrás das lembr anças,
se fez conhecedor quando menino com doze anos de idade. Lembr a ele, “o menino,” de ter seguido viagem com sua
mãe. Desceram na cidade passos de Minas. Visitaram ali alguns parentes,
pernoitaram e seguiram após para Olhos d’água. Encontrou viva a Tia Cotinha,
uma das irmãs dos avós, moravam com ela seus filhos e filhas, todos maiores,
eram primos de Laura.
Nesta época em que
lá estivemos as noites eram como br eu,
se não fosse pelas as estrelas que no céu se produziam com intimidade, suas
portas estavam aparentes, dava-me a impressão que havia um convite para
alcançá-las com as mãos. Porém para os meus olhos de cidade, acostumado com os
artifícios dos lampadários, fui zombado pelos meus anfitriões que tiveram que
me conduziram até chegar aos lugares
onde eles reuniam-se numa taberna iluminada com candeeiros a querosene.
Para aquele menino,
filho daquela menina da terra, ficou registrado a sabedoria do principio,
quando o primeiro interruptor foi o mandar de Deus dizendo, haja e ouve o dia,
depois a noite virgem, sem nenhuma interrupção.
Dou fé deste pequeno
roteiro não por mim, é que querendo o
narrador trazer fatos de Laura, entra na história que ali conseguiu. Soube
naquelas paragens que alguns dos herdeiros, tios de Victor, consequente tios
avós de Laura; estavam entre duas bandas de uma fazenda que fora divida por
estrada que no presente dividia a herdade com muitas contendas.
Depois dali, tomamos
a jardineira que passava pela manhã, e fomos para Delfinópolis
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