[ J. VLemes ]
Fui um idealista.
Dono de segundos fatais.
Eles se agastaram,
Esvaíram-se como se fossem
fios num novelo de lã.
Ainda ontem tive 20 rolos.
Vejam agora, sou um casaco
pronto:
a agulha tricotou a última
carreira
terminou os desvelos dos
novelos;
Resta-me a queixa de estar
atrás destas letras.
(Um terço da vida
aliciou-se de carreiras.)
O fio… finérrimo,
Teceu malhas de
passado…
Pontos nas conversas que tínhamos.
Os acontecidos me ensinaram.
O passado não voltará!
Não virá de mesmo carinho
e nem conversará comigo na fala de mamãe.
Quis algumas vezes parar
no riso,
Nas novelas de horárias
nobres,
Nos seriados especiais,
não pude,
A noite sempre vizinha,
Vinha na vigília velar meu sono...
Muitas manhãs! Tantas
manhãs! Elas! — encarregadas de ensacar os sonhos.
Uma coisa sei, se hoje
aparvalhado,
não foi por demência ou
dormência,
Pois os segundos me foram
um professor.
“Segundos sábios!”
Colocara-me a vivenciar, e
eu, o aluno,
Pus-me aprender dele, e da
refutação:
Não sou pobre! Não sou rico!
Sou linha das carreiras...
Alias, sou todas as
carreiras! Esperançado de um céu de lanugem, lá usarei a minha blusa pronta...
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