[ de J. Vitor ]
Deus! Não lhe peço coisas que tu não
fizeste,
Como: o dinheiro, o carro, o avião.
Peço somente as coisas que disseste;
Se merecer… que seja o pão.
Porém, quero primeiro o amor verdadeiro.
Ensina-me decuplicar os instantes
Fale-me dos mistérios, dos atos
pioneiros:
Sem indiferença, sem ausências constantes.
Sou homem, torto, curvo de fatos mortos,
Sou qual a montanha com sebes de borras
Me visto de amor, tenho sede de farras
Cubr o-me
de carne, tenho dor.
No dia, caminho… na noite tenho medo:
Temo o vinho, o ninho, o linho…
Temo olhar e não me ver
Ver e não me compreender…
Temo as lágrimas nos olhos:
As que rolam, embotam o colarinho,
Apagam os br ilhos e
Ajuntam-se a este pedinte louco.
Deus! Eis me aqui, lânguido, taciturno.
Ajude-me na charola, porque paro e durmo
Porque estou entre almas semiprontas
Alias, sou vaga montanha perto de
tantas:
Mantas de águas, lençóis de cristais,
Ah! Se ao menos não tivesse cama, nem sinais
de dores,
amores, recusas, vícios…
então não dormiria no cilício
não acordaria no bulício…
não clamaria pôr estar no suplício,
não teria esta prece interminável
menos ainda o coração com farpas do
impossível.
Mas tenho, moro na própria sombr a.
Sou cômodo de vagas
Se me olho, alugo-me de sobr a,
Ajude-me no café, nas refeições,
no matinal, no madrigal.
Preciso das canções…
Preciso do mínimo: um olhar Teu!
Que bonito!... Seria bom se tivéssemos a certeza absoluta - pelo menos, uma única vez - de que Ele nos escutou.
ResponderExcluirOlá prezado J. Vitor, e que tudo esteja bem!
ResponderExcluirUma bela e intensa afirmação de fé de sua parte, de que existe um ser infinitamente superior, criador de nós, simples criaturas, porém deveras amadas por ele!
É sempre um prazer intenso meu vir aqui, tão belos escritos pra me encantar e pensar!
E grato por compartilhar, e também por tuas gentis visitas e comentários eu desejo que seja sempre deveras feliz e intenso o teu viver, um grande abraço e, até mais!