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terça-feira, 29 de abril de 2008

Caixa

Não pude ajuntar valores,
E não os precisei.
Pouco deixo, deixo esta lei:
— Bom é que dure pelo que durar!

Pelo que durar e pelo que as traças deixarem!
Comê-las irão os roedores nos tecidos.
Igualmente se fará desta folha de papel,
Depois... Quase nada valerá.

Poderei precisar… talvez:
Cinco pares de lágrimas… com laço,
“Serpeará alguma lucidez,”
Por ventura, sutileza estiada no espaço.

Não evapore as lágrimas, deixe-as que rolem,
Elas virão magnânimas. Já estarei no além.
Não sou humilde e não me engano!
Sou bastante orgulhoso e profano.

Pois não deixo carros nem repertório,
Deixo o objeto que fui para o reconditório.

Antes que o vento deixe a alvorada
O dia seja como a noite… “Entenebrecida”
E que o espetáculo fúnebre leve a jazida
E da terra venha uma quadra lajeada.

Quero antes...
Antes da canseira moribunda.
Antes que o fado se retire.
Que seja antes... Ganhar uma caixa de melodias
E guardar nela o meu pecado.

Depois se anunciem as tiragens que descobri.
As crônicas das labutas que trabalhei.
Mas que morra todo pouco que corri
E viva o tanto que amei!

de J. Vitor

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