Não sou proprietário dos anos
Sou usuário; faço aniversário.
Atravessei o desejos e planos
Bebi prosa e comentários.
Tornei-me um homem experimentado de vinho,
Mestre em dizer obrigado, apto para servir bolo,
Para ganhar abraços e ser feliz!
Recordando os aniversários:
Vozes que ouvia; cantavam vivas…
Dissipavam salvas e palmas…
Cantavam parabéns!
De intervalos se faziam,
Trazia votos para mais vida.
Os desejos ultrapassaram muitas velas,
Na esperança de sexagenários, alegrias infindas,
Sonhos lisos sem espera, só vozes queridas:
uma multidão na festa!
Esqueci os choros — não esqueço os risos
Esqueci as artes — não esqueço os agrados
Perdi a crianças — ganho agora posteridade.
Entrou ventania nas brechas do barraco
Passou, feriu os buracos e as velas que o vento apagou.
E das tantas vezes… fiz aniversário!
Passaram-se os aniversários
As vozes que eu ouvia “bem...”
Vivas… elas me tiravam do solitário.
Salvas e palmas... Cantavam parabéns.
Nos muitos intervalos, se faziam sólidas,
Faziam votos de mais vidas
Votos e desejos de sexagenários.
Tantas velas! Era o meu aniversário
de José Vitor
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Amigos para sempre